Há exatamente um ano, a Comissão de Valores Mobiliários dos Estados Unidos (SEC, na sigla em inglês) liberou os ETFs de Bitcoin (BTC) à vista do país, uma decisão que foi vista como uma conquista histórica para o setor. Os novos produtos financeiros atraíram um volume significativo de capital, estreitaram os laços entre a indústria cripto e o mercado financeiro tradicional e ajudaram o ativo digital a superar, pela primeira vez, a marca psicológica de US$ 100 mil.
“A aprovação dos ETFs de Bitcoin nos EUA há um ano foi um marco crucial, confirmando que a maior e mais importante das criptomoedas não podia mais ser ignorada. O Bitcoin teve seu acesso simplificado, especialmente para instituições, ampliando participações e atraindo novos talentos para o setor”, disse Guilherme Sacamone, contry manager da OKX Brasil.
No primeiro ano de negociação, os 12 veículos com exposição direta ao BTC da maior economia do mundo acumularam US$ 106,8 bilhões em ativos líquidos totais, segundo dados da plataforma SoSoValue, o que representa 5,7% da capitalização do setor cripto, de US$ 3,2 trilhões. O montante supera a soma dos valores de mercado da Petrobras (PETR3) e do Banco do Brasil (BBAS3), em dólares.
Um dos destaques foi iShares Bitcoin Trust ETF (IBIT), ETF da BlackRock, a maior gestora do mundo, responsável por gerenciar US$ 11,5 trilhões de ativos. O fundo negociado em bolsa, que ganhou versão brasileira via BDR na B3, acumulou US$ 53 bilhões de ativos sob gestão no primeiro ano. Para efeito de comparação, o ETF de ouro da empresa, o iShares Gold Trust (IAU), criado em 21 de janeiro de 2005, tem US$ 50 bilhões.
“A rápida adoção desses ETFs surpreendeu até mesmo as expectativas mais
otimistas”, escreveu Lucas Santana, analista de research da gestora brasileira de criptoativos Hashdex, no relatório “2025 Crypto Investment Outlook”, divulgado no mês passado. A casa, dona do maior ETF de criptos do Brasil, o HASH11, também tem um ETF à vista de BTC nos EUA, o DEFI, com US$ 14,9 milhões de ativos líquidos.
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Começo de ano tumultuado
Apesar do primeiro ano positivo, o início de 2025 começou tumultuado para os fundos gringos e o mercado cripto no geral. Na segunda-feira (6), os produtos registram uma entrada líquida de US$ 978,6 milhões, impulsionados pelo Bitcoin, que voltou a ser negociado acima dos US$ 100 mil após entrar em janeiro na faixa dos US$ 98 mil. O cenário, no entanto, mudou completamente na quarta-feira (8).
Naquele dia, os investidores sacaram US$ 583 milhões líquidos dos ETFs, a segunda maior retirada desde o dia 10 de janeiro de 2024, segundo dados da SoSoValue. O movimentou ocorreu após um novo recuo do Bitcoin. A cripto chegou a encostar nos US$ 91 mil após a divulgação dos indicadores econômicos dos EUA, que jogaram dúvidas sobre o comportamento dos juros, e a notícia de que o departamento de Justiça dos EUA recebeu aval para vender US$ 6,5 bilhões apreendidos do Silk Road, um antigo mercado negro que usava cripto para pagamentos.
O que esperar para 2025?
Apesar da montanha-russa nesta semana, a expectativa para o setor cripto e para os fundos negociados em bolsa em 2025 é positiva. “Historicamente, ETFs relevantes costumam ter um segundo ano de captação ainda melhor que o primeiro”, disse Theodoro Fleury, gestor e diretor de investimentos da QR Asset, recentemente para o InfoMoney.
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Para Sacamone, da OKX Brasil, é evidente que o mercado de criptos ainda está nas fases iniciais de desenvolvimento e há espaço para crescimento. “Criptomoedas e Web3 oferecem uma nova alternativa às finanças tradicionais – uma ideia enraizada na própria origem do Bitcoin, pensado como uma resposta à crise financeira global de 2008″.
Fonte da notícia: https://www.infomoney.com.br/tudo-sobre/criptomoedas/feed/.
Título original: como foi e o que vem pela frente?
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